domingo, 24 de junho de 2012

Refletindo sobre João 6

O capítulo 6 de João é caracterizado pelo grande milagre da multiplicação dos 5 pães e dos 2 peixinhos que alimentaram umas 20 mil pessoas, eu creio, porque só homens adultos eram 5.000. Após a multiplicação, Jesus instruiu aos seus discípulos para que passassem ao outro lado do lago, para Cafarnaum. Após algum período de oração, enquanto os discípulos se vissem alí em apuros, no meio do lago revolto por uma tempestade, aproximou-se o Senhor andando por sobre as águas. Atônitos gritaram que era um fantasma. O Senhor, no entanto, acalmando-os subiu ao barco e passou com eles para Cafarnaum. A multidão que havia sido alimentada com os cinco pães, procurando por Jesus no dia seguinte, não o achando, foram para o lugar onde haviam recebido os pães e os peixes, achando que poderiam encontrá-Lo lá, já que em algum lugar, por perto Ele deveria estar, pois sabiam que não havia ido junto com seus discipulos; não sabiam do episódio do "andar sobre as águas". Contudo, vendo eles que o Mestre também não estava mais alí, decidiram ir para o outro lado do barco, pois talvez, de alguma forma, esteja lá junto com os seus discípulos. Chegando a Cafarnaum, viram um barco apenas e o Senhor, junto com seus discípulos. Sem entender em como teria ele chegado alí, perguntaram: "Como o Senhor chegou aqui?" E ao invés de dar-lhes uma explicação sobre como havia chegado, observou-lhes: "Vocês estavam me procurando, não porque viram meus sinais miraculosos, mas sim porque comeram dos pães e se fartaram".

O que pois fica de ensino para nós deste acontecimento?

Que a multidão (na qual eu e você muitas vezes podemos estar inseridos) decidimos, e é natural que isso aconteça, ficar onde nós achamos que Jesus está. Eles não atravessaram para o outro lado do Lago de Genezaré, em direção a Cafarnaum junto com os discípulos, porque - podemos inferir -, conhecendo a limitação dos seguidores de Jesus, deduziram que seria melhor ficar com Cristo onde Ele havia ficado. Lá no episódio da Multiplicação, O Senhor havia perguntado a Felipe como haveriam de dar de comer a tanta gente. Felipe, completamente racional, reflexivo, filosófico, pegou a sua "HP" e inserindo os caracteres da sua psique, mente fria e calculista prognosticou: "Nem mesmo com duzentos denários poderemos comprar tantos pães que redunde ao menos num pedaço para cada um". Diz a Palavra de Deus (tá tudo lá em João capítulo 6) que Jesus já sabia o que iria fazer, mas estava provando a Felipe. Logo surge André, irmão de Pedro e apresenta alguém que levava consigo 5 pães e dois peixinhos. Jesus mandou que todos se assentassem na grama, deu graças e repartiu os pães.

Pois bem: A multidão viu todo este episódio; viu como dos discípulos nada poderiam esperar porque, obiviamente, aquela multiplicação de pães e de peixes fora um milagre que somente Deus poderia ter realizado. Então, devido a esta ponderação humana, decidiram ficar onde Jesus estava.

Muitas vezes (e eu diria, que a todo momento, em cada nova dificuldade que surge conosco) nós procedemos da mesma forma. Como?

Quando nós passamos por alguma adversidade - seja ela de qualquer área de nossa vida física - (saúde, familiar, social, financeira, etc) e nós fomos de alguma forma socorridos tão miraculosamente que admitimos que somente Deus, O Senhor Jesus, o Espírito Santo poderia ter dado aquela vitória, que pensamos: eu sempre desejarei estar onde o Senhor Jesus estiver. O que ocorre, no entanto, é que a resolução daquele problema de ordem natural, humana, (e são estes tipos de dificuldades que têm levado tanta gente às igrejas hoje) e que "mataram a nossa fome naquele momento", não dura para sempre; se deteriora e seu efeito passa. Passadas algumas horas dá fome de novo, ou seja, nova adversidade ocorre conosco; nova dificuldade brota; novos levantes por parte daqueles que são próximos de nós acontecem; novas doenças e aflições despontam; enfim, coisas naturais tornam a acontecer conosco, e isso porque nós somos humanos, frágeis e suscetíveis às intempéries e tempestades, a ponto de alguns pensadores ateus chegarem mesmo a ter estas ocorrências como sendo sinais evidentes na não existência de Deus ou de sua completa indiferença para conosco. Então Jesus lhes disse: "Não trabalhem por esta comida que se estraga (que se dteriora, que cujo efeito passa rapidamente), mas trabalhem pela comida que não perece.

O que Ele quis dizer com isso?

Que muitos, ao verem que seus discípulos - pastores, presbíteros, diáconos, obreiros, etc - são tão limitados e que passam pelas mesmas dificuldades (e às vezes bem piores até) pelas quais nós estamos passando, chegam mesmo a desistirem de ir à Igreja. "Eu sei como está a vida financeira daquele pastor, ele está apurado, então se ele não consegue resolver o problema de si mesmo, como resolverá o meu?". "Eu sei o problema familiar daquele presbítero, daquele diácono..." Que adianta ir ouví-los pregar? Que adianta ir receber oração deles. Prefiro ficar com Jesus.

Mas sabe o que acontece?

Aqueles que pensam assim e resolvem "dar um tempo da igreja" quando novamente vão em busca de Jesus para que novo milagre seja efetuado em sua vida, não O encontram, e sabe porquê? Porque Ele foi para o lugar onde ele quer que nós estejamos: junto com os Seus, na Igreja que ele fundou, que Ele mesmo edificou, sobre que fundamento? Sobre o fundamento apostólico. Em outras palavras: Deus não fará nada sem antes revelar aos seus santos os profetas. Deus instituiu a Igreja para que fosse adorado, buscado, reverenciado... Onde? Onde estão os Seus pastores, presbíteros, diáconos, obreiros, dirigentes de louvores, e todas as ovelhas daquele aprisco. Porque todos estão passando por experiências com Deus, um numa área, outro noutra, porque todos somos ovelhas de Seu pastoreio, e será na comunhão com os irmãos que nós seremos "a corda de três dobras que não se quebra facilmente". Será na união espiritual de todos nós que receberemos a vitória total sobre as efemérides: "Um ao outro ajudou, e ao seu companheiro disse: esforça-te". Porque será na igreja que nós, como membros nos tornaremos ativos e regidos pela cabeça que é Ele mesmo. Porque será na Igreja que nós teremos - como pedras vivas que somos - o nosso calor aquecido pela fogo consumidor; pelo Sol da Justiça, que é o próprio Deus.

Portanto, (vou parar por aqui), volte hoje mesmo a Igreja, vá em busca do renovar da sua fé, porque "a fé vem pelo ouvir, e pelo ouvir da Palavra de Deus". Paz

(Por favor, preste um serviço a Jesus e encaminhe esta mensagem a todos os seus contactos).

Pr. Nelson.